Algumas notas iniciais:
Num ano em que a academica assumiu a "nostalgia" como tema, e em que a Meryl Streep poderá ficar na história do cinema ao lado da Katherine Hepburn com três óscares, tenho pena que o Woody Allen esteja nomeado com o Midnight in Paris, porque, quanto a mim, o filme é mau; tenho pena que a Glenn Close nem sequer seja uma das favoritas e que, caso a Meryl Streep ganhe, como é esperado, ficarei contente, mas, e ao mesmo tempo com pena, porque, como também já o disse anteriormente, The Iron Lady vale pela interpretação de Meryl Streep e será uma pena se esta ganhar o seu terceiro óscar com o biopic sobre a Margaret Thatcher.
Melhor Actor Principal
Gary Oldman – a minha escolha.
Jean Dujardin – o provável vencedor.
Melhor Actor Secundário
Christopher Plummer – a minha escolha.
Christopher Plummer – o provável vencedor.
Melhor Actriz Principal
Meryl Streep/Glenn Close – a minha escolha.
Meryl Streep – a provável vencedora.
Melhor Actriz Secundária
Janet McTeer – a minha escolha.
Octavia Spencer – a provável vencedora.
Melhor Realizador
Terrence Malick – a minha escolha.
Martin Scorsese – o provável vencedor.
Melhor filme em língua estrangeira
“Uma Separação” – a minha escolha.
“Uma Separação” – o provável vencedor.
Melhor Filme
“A Árvore da Vida” – a minha escolha.
“O Artista” – o provável vencedor.
Melhor Argumento Adaptado
“A Toupeira” – a minha escolha.
“Os Descendentes” – o provável vencedor.
Melhor argumento original
“Uma Separação” – a minha escolha.
“O Artista” – o provável vencedor.
Poderia ser um grande filme, mas não tem qualidade e originalidade técnicas suficientes para isso, em particular quando comparado com outros "biópicos". Vale sobretudo pela soberba interpretação Meryl Streep, que nos agarra o tempo inteiro a parte da história da Primeira-Ministra. Não é por isso um “filme da minha vida”, mas retrata a vida de uma das mulheres que mais admiro.
Como o disse Teresa de Sousa, não é um filme sobre a política tout court, não é um filme sobre o capitalismo, o liberalismo ou sequer sobre o tatcherismo; é sobretudo um filme sobre o carácter. Ora, não podia estar mais de acordo.
Margaret Thatcher foi, enquanto mulher na vida pública e na vida política, um exemplo de carácter, de convicção, de vontade de mudar para melhor, de insurreição contra o status quo confortavelmente instalado. M.T. mostrou o que é ter carácter, e como este pode moldar a forma de fazer política.
Thatcher mudou o mundo como o conhecemos: fez parte do fim da Guerra Fria, do declínio (e do fim) do comunismo enquanto modelo de regulação da vida das pessoas. Thatcher viu cedo aquilo que mais ninguém viu. De uma filha de merceeiro para um exemplo de liderança mundial.
A Dama de Ferro, como um dia um general soviético lhe chamou, percebeu cedo que o socialismo era terrível para a economia e para o desenvolvimento económico, combatendo-o desde sempre. Um verdadeiro modelo de como fazer política: premiando o valor, o trabalho e o mérito das ideias, e nunca dos “amiguismos”. Um exemplo ainda nos dias que correm de coragem e rectidão em como nunca nos devemos desviar daquilo que defendemos e acreditamos. Um exemplo para a dita direita não socialista, que, infelizmente no caso português, e, no que à forma de fazer política diz respeito, se distingue muito pouco dos ditos socialistas.