Será possível que o Governo ainda não percebeu que tem que baixar os impostos?
A conta é simples, e, por mais estranho que pareça, temos que baixar os impostos para que os lucros destes aumentem. Não é preciso inventar muito.
A proposta do Governo para acabar com os feriados do 5 de Outubro e do 1 de Dezembro é pura demagogia, é puro populismo.
Serão mais dois dias de trabalho que tirarão Portugal do risco (cerca de 70%) de bancarrota? Não me parece, e, certamente não preciso de ter nenhuma especialidade nas ciências económicas para o concluir. Ora, qual foi a ideia então? "Bom, já que queremos obstinadamente cortar e cortar, vamos acabar com dois feriados... ora, deixa ver, o do 25 de Abril não pode ser, senão vão nos acusar de fascistas; o 1 de Maio idem... portanto cortamos a o dia da implatação da República para agradar aos não republicanos, e o da restauração da independência, para agradar aos não monárquicos". Este foi certamente o "genial" pensamento do Governo. Ora, e, não me cansarei de repetir, isto é pura demagogia!
As referidas datas representam marcos fundamentais na História de Portugal e por isso devem continuar a ser comemorados com a solenidade de um feriado nacional.
Esquecer o 5 de Outubro é não lembrar a raiz laica e republicana do nosso regime. 5 de Outubro é o dia em que Portugal passou a tratar todos por igual, idependentemente da sua "casta", das suas origens, da sua "família". A República é aquilo que somos, e sobretudo é aquilo em que nos tornámos: num regime onde todos e qualqer um sem excepção, podem ser titulares activos de cargos políticos. Ora, não comemorar a República é apagar aquilo que somos e sobretudo aquilo em que acreditamos. Convém lembrar que nem Salazar acabou com o 5 de Outubro, mais, era o dia em que tipicamente a ditadura permitia algum tipo de manifestações das oposições democráticas.
Esquecer o 1 de Dezembro é apagar culturalmente aquilo que somos: um país independente desde o século XVII. Mais, não há nenhum país no Mundo que não comemore o dia da sua independência por mais pobre e na falido que esteja.
Estas propostas do Governo matam qualquer unidade nacional (não nacionalista) que se pretenda em tempos como o corrente. Além de demagógicas e rídiculas não têm qualquer fundamento político, social, cultural, (nem sequer económico).
De resto, duas considerações finais: primeiro, e, apesar de ser um convico não socialista, acredito que o PS é essencial à democracia, por isso pergunto-me, onde está o Partido Socialista "republicano e laico"? Desapareceu?!; segundo, a proposta do CDS-PP é um tanto esquizofrénica, senão vejamos: por um lado, defende o fim do 1 de Dezembro, mas por outro, entende que se devem até aumentar as comemorações da restauração da independência, nomeadamente nas escolas, etc. Afinal perceberam o ponto? Pois, eu também não.
(Ok, confesso, a verdade é que faço anos a 4 de Outubro e gosto do day after para descansar).
Um pouco menos oracular e bastante mais directo, hoje Marcelo RdS esteve letal. E com razão. Os tais cavaquistas, quem são? E os jornalistas do Público, com que direito lançam esta notícia vaga, cheia de insinuações e vazia de factos concretos?
Em resumo: «é absoluta a discordância de algumas das mais proeminentes personalidades do cavaquismo», «há quem defenda já que o Governo deve [demitir Vítor Gaspar]», «estas personalidades, a maioria das quais com conhecimento e reflexão precisamente na área económica, quando não mesmo em finanças públicas», «é notório, nas conversas com as personalidades do cavaquismo», «e entre as personalidades cavaquistas», «e se há quem frise», «há mesmo quem classifique», «há personalidades do cavaquismo que frisam». Para além disto, quando o texto se refere a Cavaco directamente, fá-lo só para repescar notícias antigas – de todos conhecidas – e que por isso não trazem nada de novo. Apenas uma nova distorção.
No estado em que estamos, o país tem a consistência de um castelo de cartas: convém mexer-lhe com cuidado ou tudo isto desaba. Neste sentido, para além de vaga e desleixada, a notícia também é irresponsável, porque manipuladora (vamos lá pôr a Presidência contra o Governo).
Chamam a isto jornalismo? Eu chamo-lhe falta de higiene.
Entretanto, o Público emite texto sobre as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa (repare-se no «dominical»), como se este não tivesse criticado a própria notícia...
"Do rol das 1.682 pessoas já nomeados pelo Executivo para cargos no Estado, apenas 720 são novas escolhas, garante o governo. Mas destes, apurou O DIABO, três dezenas são jovens inexperientes com menos de 30 anos, muitos deles oriundos das "Juventudes" do PSD e do CDS/PP. (...) Ao todo, são 14 "especialistas" nomeados pelo Governo que têm idades compreendidas entre os 24 e os 25 anos."
a ler, urgentemente, n'O DIABO desta semana.
. Eu, republicano e de "res...
. «Verdadeiramente irrespon...
. "Especialistas" em democr...