A jornada de luta a que fomos assistindo ontem, (via Facebook, através de vídeos no YouTube, nos jornais, etc.), foi, majestosa. Não, não estou a falar das manifestações do 1º de Maio. Refiro-me obviamente ao ataque de consumidores às lojas Pingo Doce.
Um verdadeiro combate de titãs: não, não estou a referir-me ao número de pessoas que indignadas (mais com quem foi ao Pingo Doce, do que com os responsáveis políticos) foram para a rua manifestarem-se no âmbito do Dia Internacional do Trabalhador. Refiro-me obviamente ao pugilismo dentro das lojas Pingo Doce: as armas essas, não eram brancas ou de fogo; eram fraldas, nabos, bacalhau desfiado, papel higiénico ou espanadores.
O cenário parecia um de uma Albânia em estado de sítio, em pré guerra; ou então, o de uma Podgorica sedenta por provar o primeiro hamburger da capitalista McDonalds.
A mim pareceu-me genial a campanha: seja do ponto de vista dos consumidores, que compraram os mesmos produtos de sempre, a metade do preço; seja do ponto de vista do aproveitamento político na escolha da data.
A ida para a Holanda despertou certamente muita criatividade e imaginação (porque será?!) nesse “grande capitalista selvagem” que é o Soares do Santos. (Até já estou a imaginar o próximo Eixo do Mal a destilar raiva, ódio e veneno sobre o senhor).
A esquerda Supercor que só compra gourmet, serviu de “tromba” ao Jumbo e supermercados afins. Acusou o grupo Jerónimo Martins de “miséria humana”, de “terror capitalista e consumista”, de criar situações de pôr a pessoas umas contra as outras (“era só mais um peito de frango!!!”), etc. Pergunto, mas alguma daquelas “almas” que foi fazer compras ao Pingo Doce se queixou?! Não. Então porque é que os tão eruditos da gauche portuguesa se indignaram tanto?! Porque perderam espectadores nas manifestações do 1º de Maio?! Pois, é possível, mas meus caros, é a liberdade de mercado no seu melhor: um serão no Pingo Doce, ou uma “missa” na Alameda em Lisboa...
É um tique típico da esquerda: presumir as vontades reais das pessoas, mas, numa economia de mercado é assim, quem decide é o consumidor, e, neste caso a escolha foi mais que óbvia.
Houve quem quisesse vender, e houve quem quisesse comprar: um ponto de equilíbrio “sagrado” que ninguém deve, quanto a mim, contrariar.
Na ressaca deste grande Dia do Consumidor, arrisco a afirmar que a Claire Fontaine não voltaria a escrever “CAPITALISM KILLS LOVE”, mas sim CAPITALISM KILLS THE FIRST OF MAY.
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