Quinta-feira, 8 de Março de 2012

Dia da Mulher.

 

Uma das maiores falácias nos calendários Portugueses, alem do carnaval, é o dia internacional da mulher. Nascido de uma revolução industrial, que faz emergir não só a afirmação das mulheres mas toda uma visão, um conceito de cidadão transcendente ao género, de direitos iguais e oportunidades. (em Portugal é consagrado pela constituição, a titulo de  exemplo, no artigo 13 o principio da igualdade, ou nos artigos 58 e 59 Direitos do trabalho e dos trabalhadores.)

Contudo é na concomitância deste dia com a lei da Paridade que a falacia nasce. Paridade por si só sugere uma igualdade (a busca dessa igualdade em direitos, motiva as primeiras lutas que mais tarde fundamentam o dia da mulher), mas como pode ser isso possível quando esta lei sugere cortes nas subvenções ás campanhas se não se cumprir os 33.33% de pelo menos um dos sexos nas listas? 33.33% obrigatórios não me sugere paridade. A lei, claramente criada com o intuito de incluir mais mulheres na esfera politica, não pondera a igualdade dos sexos na capacidade de luta politica e civil, impondo, obrigatoriedades na constituição das listas propostas ao voto do comum cidadão, cidadão esse que não se distingue por género, como deveria acontecer nos cargos políticos.

Obviamente compreendo que a vida politica nacional nas ultimas décadas ou até seculos não tem incluído mulheres no cerne de decisão  nacional, devido a uma herança histórica carregada de absolutismos, mas as mulheres actualmente são ouvidas no seu voto, alias, os cidadãos expressam-se no voto sendo homem ou mulher. Após 6 anos de lei em vigor e com resultados óbvios, não na paridade, mas na presença de mulheres na politica,  Não deveriam as mulheres passar a conquistar esse lugar na politica em igualdade com o sexo oposto como vêm conquistando em todos os outros lugares da sociedade? Não deveria ser a escolha politica isenta desta espécie de condicionalismos? Como podemos falar em igualdade quando distinguimos géneros na representação politica e os tratamos por quotas?

Depreendo com objetividade que a maioria dos argumentos fundadores deste dia (para nós actualmente comercial) ainda não abraçam todos os recantos do globo, argumentos adormecidos nos recônditos da mente, pessoas a que ocidentalmente, por vezes de forma barbara, chamamos retrógrados, esbarrando em seculos de tradições, almejando um dia um consenso mental e apaziguador do ainda recente choque entre tradição e direitos, não só do homem ou da mulher mas humanos.

publicado por João Ginja Rebelo às 15:29
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